Praça das Artes
26/10/2020 • 20h
Após dez meses, nossos artistas voltam ao seu lugar de origem: os palcos. Na próxima segunda-feira (26/10), às 20h, teremos a primeira transmissão ao vivo para o projeto “Fortíssimo”, que terá uma série de lives de apresentações no canal do Theatro no YouTube, diretamente dos espaços do complexo do Theatro Municipal. Para esta abertura, convidamos o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que irá tocar na Sala do Conservatório, na Praça das Artes. O grupo criado por Mário de Andrade comemora seus 85 anos de história em 2020. O programa será dedicado à música nacional, com o “Quarteto nº 3”, do cearense Alberto Nepomuceno, e a estreia mundial do “Quarteto nº 5” do amazonense Claudio Santoro.
FORTÍSSIMO
Quarteto de Cordas da Cidade
Betina Stegmann, violino
Nelson Rios, violino
Rafael Cesario, violoncelo
Marcelo Jaffé, viola
Programa
ALBERTO NEPOMUCENO
Quarteto 3 (Brasileiro)
I. Allegro Moderato
II. Andante
III. Intermezzo
IV. Allegretto
CLAUDIO SANTORO
Quarteto 5 (estréia mundial)
I. Allegro molto
II. Lento
Duração aproximada: 40 minutos
Indicação etária: Livre
Para assistir: acesso gratuito no YouTube, https://www.youtube.com/theatromunicipalsp
Sobre o programa:
Desde o ano passado a música de concerto tem sido envolta às lembranças do centenário de nascimento e à genialidade do compositor amazonense, por isso, o programa abre com o Quarteto nº 5, de Claudio Santoro (1919-1989). A descoberta desta obra inédita começa pela equipe de acervo do Theatro Municipal de São Paulo que, durante a pandemia, com todos trabalhando de suas casas, se debruçou a reorganizar os manuscritos de música brasileira por linha editorial, cujo volume é riquíssimo. São inúmeras peças do Quarteto de Cordas que, nestes 85 anos, estreou diversas encomendas ou mesmo interpretou outras tantas obras para quarteto. Entre as peças encontradas estavam os Quartetos 3, 4 e 6 de Santoro. Faltava o número 5.
Em contato com a família do compositor, o cravista Alessandro Santoro, filho de Claudio, informou que o Quarteto nº 5 não chegou a ser concluído. Com apenas dois movimentos, mas uma obra completa com começo, meio e fim, o manuscrito da família foi compartilhado com o Municipal e agora o Quarteto de Cordas da Cidade faz a sua estreia mundial. “Essa obra foi composta no fim da década de 1950, quando o Santoro estava na Bulgária”, destaca Marcelo Jaffé. Mais uma raridade deste músico que deixou um legado entre sinfonias, óperas e centenas de obras de embates estéticos e políticos.
Para completar o repertório, o Quarteto nº 3 “Brasileiro” do compositor, regente e organista Alberto Nepomuceno (1864-1920). A peça foi escrita em 1891, durante a estada do músico em Berlim onde se especializou em composição na Escola Superior de Música e regeu a Filarmônica de Berlim nas provas finais do conservatório. Uma música de temática nativista bem definida em “ritmo de lundu” como o próprio Nepomuceno definiu, por apresentar elementos da dança e do canto de origem africana introduzidos no Brasil. Defensor da luta pela nacionalização da música brasileira por meio do idioma, Nepomuceno também estudou em Roma, sua primeira parada na Europa.