Praça das Artes
26/05/2022 • 19h
[Praça das Artes – Sala do Conservatório]
A identidade é brasileira, mas o nome é austríaco. O nosso Mozart nasceu em Tietê, filho de imigrantes italianos, em um momento de transformação da nossa sociedade. O Mozart brasileiro, barbeiro, vendedor e pianista de cinema mudo, entre outras atividades, recebeu de Mário de Andrade, já em São Paulo, o apoio para se transformar em um compositor dotado de técnica refinada e estilo inconfundível como o sotaque do interior paulista. Sua música é regional sim, e moderna mais do que tudo.
Na esteira das “possibilidades musicais”, a pesquisa agora vai para o folclore, mais especificamente no mundo das Cirandas. De Minas Gerais, Maranhão, da Bahia e Rio de Janeiro vem o material trabalhado com a sutileza de um mestre artesão em novo e antigo, terreno e etéreo, ex-aluno do próprio Camargo Guarnieri. Este é José Antônio de Almeida Prado.
E se há uma questão que não se encerra é a do popular e o erudito, ou vice e versa, segundo os modernistas, Francisco Mignone é um especialista. Afinal, suas Valsas são populares ou clássicas? O Choro seria então o barroco instrumental brasileiro, e Pixinguinha o nosso Bach, com certeza. Para esquentar a discussão, Villa-Lobos foi beber na cultura popular, se transformou no ícone da música de concerto a ponto de inspirar Baden Powell e reescrever seu Prelúdio das Bachianas Brasileiras Nº4 como uma canção…popular! Ninguém melhor do que o violonista Rafael Cesário para traduzir essa questão. Ou seria violoncelista?
– Marcelo Jaffé
Identidade Brasileira III
Concerto presencial, aberto ao público
Nelson Rios, violino
Marcelo Jaffé, viola
Rafael Cesario, violoncelo
Programa
Mozart Camargo Guarnieri
Trio (15′)
José Antônio Rezende de Almeida Prado
Das Cirandas (para violino e violoncelo)
Rafael Cesario
Suíte dos 5, dedicada à Mário de Andrade (para viola e violoncelo)
Ingressos R$ 30,00
Classificação livre
Duração Total 60 minutos
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Programa sujeito a alteração.